O mundo todo tem vivido semanas desafiadoras devido à pandemia por coronavírus. São notícias por todos os lados que agitam os corações e as mentes.

Já para os cristãos, que estão a viver o tempo da Quaresma, este pode ser um momento favorável de reflexão, oração e interioridade. Pode ser uma mera coincidência a pandemia ocorrer justamente no período quaresmal. Contudo, o que importa é que, em meios aos fatos, o Senhor convida, uma vez mais, a um tempo forte de conversão.

Muitos católicos já estão exercitando as suas práticas penitenciais. Até mesmo, estar em isolamento social pode representar um grande oferecimento a muitos. Contexto, portanto, de intensificarmos o jejum e as formas de penitência como forma de clamarmos a Deus pelo fim dessa pandemia.

Mas a fim de fazermos bem, qual seria a diferença entre a penitência, abstinência e o jejum?

Padre Agnaldo José explica essa diferença e nos ensina a como viver com mais profundidade o tempo quaresmal:

A penitência é uma forma de mergulhamos dentro de nós mesmos. Como elucida Pe. Agnaldo José, ela seria “um olhar para dentro de si. No Antigo Testamento, temos o profeta Joel que convida a uma conversão de dentro pra fora. ‘Rasgai os vossos corações e não as nossas vestes’, ou seja, um olhar para o interior para que Jesus seja o centro de nossa vida”.

Já o jejum é um modo de fazer penitência. Seria não apenas abster-se de carne na Quarta-feira de Cinzas, Sexta-feira da Paixão ou outros dias da semana, porém é dispensar também coisas que prejudicam a vida espiritual. Isto é, “aquela renúncia dos vícios, dos pecados, dos erros, das falhas. Um tempo de contrição, de tristeza pelo pecado cometido”.

“Recordamos que, na Cruz, Jesus derramou o seu sangue e Ele está presente na Eucaristia, Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Então, é abster-se de carne, mas também pode abster-se do que está te prejudicando. Você deve fazer um sacrifício, um esforço, uma luta para que haja uma conversão. De nada adianta a penitência exterior, sem uma mudança interior”, esclarece o sacerdote ao apresentar a origem da abstinência de carne na Idade Média, época quando muitos banquetes eram promovidos e, daí, vem o costume de não se comer carne no tempo da Quaresma, período sem o consumo de carne.

Sobre a mudança interior, conforme ainda ressalta Pe. Agnaldo, deve vir acompanhada da caridade. Uma transformação que comporta olhar mais para as pessoas, ver as pessoas, sentir compaixão delas, estender a mão, socorrer, ajudar.

O sacerdote é compositor e intérprete da música Perdão, Senhor (uma parceria de composição com Pe. Paulo Sérgio de Souza), presente na playlist especial da Quaresma, e recorda a figura de Santa Dulce dos Pobres, ícone da edição 2020 da Campanha da Fraternidade, como grande exemplo de caridade: “o Anjo Bom do Brasil, modelo de quem teve compaixão e olhar e misericórdia”.

Para todo este tempo de conversão e penitência, a playlist da Quaresma (escute no YouTube, Spotify ou Deezer) apresenta diversas canções e meditações em áudio para te acompanhar nos diferentes momentos do tempo quaresmal:

1. Exame de consciência para a confissão: Pecador eu sou (Padre Zezinho, scj)
2. Meditação da liturgia durante os dias de Quaresma: Viver pra mim é Cristo (Typ Vox e Cecília Militão)
3. No empenho dos três exercícios quaresmais, o jejum, a esmola e a oração: Sejamos misericordiosos como o Pai (Vários artistas)
4. Para pedir o perdão: Perdão, Senhor (Padre Agnaldo José)
5. Para uma maior prática da caridade: Obras de misericórdia (Renato Palão, Thiago Costa, Andréia Zanardi, Ana Paula Ramalho)
6. E umas músicas mais conhecidas tocadas nas Missas quaresmais: Eis o tempo de conversão (Coro Edipaul)