Aldejaci, a grande cobra
Data de publicação: 05/07/2016

Por meses, a índia-cobra vagou em busca de algum lugar onde houvesse água e muita comida. Um dia, ela encontrou um vale cortado por um riacho, com peixes, muitas árvores frutíferas e caça em abundância. Todos estavam salvos, pensou Aldejaci. Logo voltou para avisar seus irmãos de tribo. Mas era tanta sua felicidade que se esqueceu de pedir a Tupã para desfazer o encantamento, que a transformasse novamente em índia. Quando chegou bem perto da aldeia, Aldejaci começou a sentir as dores do parto e teve ali mesmo, na mata, seu bebê. Os índios, vendo aquilo, mataram a criança, imaginando que fosse bruxaria! Aldejaci, então, ficou furiosa, mas não quis atacar seus irmãos de tribo. Sentida com a morte da criança, começou a chorar. E era um pranto tão sentido, tão violento, que as lágrimas, em cascata, preencheram todos os sulcos deixados por ela, transformando-os em um grande rio!
Com a perda do bebê, Aldejaci preferiu nunca mais voltar a ser gente. Mergulhou para sempre nas águas profundas do rio criado por suas lágrimas e, no fundo dele, adormeceu. Os índios garantem que, nas noites de lua cheia, nas águas desse rio, se formam grandes redemoinhos. É Aldejaci que, transformada em cobra, suspira pela falta de seu filho.

Sugestões para reflexões
•Ao descobrir um vale com água, pesca e caça abundantes, Aldejaci, feliz com o achado, logo voltou para dar a notícia a seu povo. Por que essa felicidade a teria feito esquecer de pedir a Tupã que a transformasse novamente em gente?
•Qual poderia ser a explicação para Aldejaci, apesar de furiosa, não querer vingar-se pela morte de seu filho?
•A perda de um filho pode fazer com que uma mãe ou um pai deixe de querer ser gente e chore pelo resto da vida? Como seria possível encontrar forças para continuar vivendo?
Fonte: Diálogo 65-FEV/ABRIL 2012
Postado por: Diálogo
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