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Cláudio Martins

                                                                            

    Nasci em Juiz de Fora, Minas Gerais, numa época em que era possível andar pela cidade sem medo e brincar na rua até a noite. Havia liberdade, oxigênio, as florestas ainda mantinham bastante das suas feições e funções originais e, acima de tudo, havia ética.

    Ganhei prêmios em salões de pintura e desenho, participei da Bienal de São Paulo, mas preferi estudar Desenho Industrial e produzir imagens em série, em quantidade, espalhar desenhos.

    Comecei ilustrando capas de livros, foram mais de mil; uma maravilhosa experiência com tudo quanto é material e recursos de desenho. Trabalhei em projetos de tecnologias alternativas, cultura, passei por jornais, e um dia, cansado dos adultos, resolvi “cair de sola”, “de cara” e coração na Literatura Infantil.

    Desenhei para muitos autores, ilustrei uma porção de personagens – tudo o mais alegre e divertido que pude...

    Mais tarde comecei a escrever histórias, misturei ilustração e texto, o que me divertiu mais ainda. Hoje são uns quarenta livros.

   Minha grande companhia é o Claudinho, aquele menino de oito anos que me cutuca toda hora para desenhar seu mundo de liberdade, oxigênio e ética.

   Outro dia me perguntaram: “Se você fosse dar uma dica para crianças que querem se tornar autoras ou ilustradoras, o que você diria?”. Respondi: “Não deixem que lhes entupam a cabeça com regras, que só servem para entupir cabeças. Sejam livres, rabisquem, rabisquem, rabisquem”.

    Rabisquem e garatujem, SEMPRE, o mundo do jeito que gostam. Quando o papel da meninice acabar, usem a vida para rabiscar.


 

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