João Décio Passos
O autor é destaque na área acadêmica com professor do Departamento de Ciência da Religião da PUC-SP, no qual pesquisa temáticas relacionadas à epistemologia das ciências da religião e processos de institucionalização do cristianismo. Neste último campo desenvolve atualmente trabalhos sobre o Concílio Vaticano II, sendo a última publicação o Dicionário do Concílio Vaticano II, Paulus/Paulinas. Organizou o Compêndio de Ciência da Religião em parceria com o Prof. Frank Usarski que ganhou o prêmio Jabuti (3º lugar) de 2014 na área de ciências humanas.
Traz uma grande contribuição sobre o Evangelho no mundo atual, reflexões sobre a exortação apostólica Evangelii Gaudium, sobre o laicato. Autor de inúmeros artigos na Revista de Cultura Teológica e outras, debates na TV, entrevistas na Internet, etc. É um profissional em plena atuação, na Igreja, no mundo acadêmico, dando uma contribuição inédita dentro da sua área. Faz parte do grupo observatório eclesial que tem por finalidade apoiar e divulgar as propostas do papa Francisco. Já foi membro da Diretoria da SOTER, sociedade de Teologia e Ciências da Religião.
A pandemia trouxe à tona uma crise que o mundo está vivenciando em várias frentes. Embora seja uma crise sanitária global e inédita, na verdade, fez aparecer fragilidades que faziam parte do sistema econômico mundial centrado no lucro, da sociedade individualista e consumista e de governos serviçais desses regimes.
A palavra crise traz um significado original de juízo crítico, ou seja, de um momento em que a capacidade de julgar se torna possível, tendo em vista os elementos que se mostram claros. Nesse sentido, crise é consciência do limite e oportunidade de superação.
Pensar esse momento é tomar consciência do que está acontecendo com o planeta, dos modos como os governantes assumem e encaminham as saídas e perceber os limites políticos e econômicos que antecedem a expansão do Covid-19.
Vivenciamos uma confluência de limites que se encontravam escondidos por baixo do modelo econômico, dos discursos políticos neoliberais e de regimes políticos baseados na ideia (ideologia) de segurança das nações.
As leituras da crise têm sido várias e se fazem presentes em todas as mídias; são leituras baseadas nas ciências e nas religiões; na realidade dos fatos e na imaginação; em finalidades éticas e em interesses políticos.
Discernir essas leituras e ao mesmo tempo discernir a realidade é um grande desafio para quem pensa e para quem crê. As publicações sobre a Pandemia e o Tradicionalismo da Editora Paulinas se encontram nesse objetivo comum. Elas pretendem oferecer critérios de discernimento da realidade que ajudem a ir além das leituras reproduzidas pelas redes de informação. O desafio de passar da informação ao conhecimento é cada vez mais vital em nossos dias. A sociedade da pós-verdade veicula informações disponíveis e fabricadas a todo momento.
O tradicionalismo resgata do passado as verdades prontas que encaram o presente como erro e perigo. A fé e a razão exigem que saibamos ir além das aparências de verdade e descobrir nos fatos, as verdadeiras causas e as verdadeiras finalidades.
João Décio Passos – Editor de Paulinas