Aqui, ninguém toca
Data de publicação: 07/08/2015
A regra aqui ninguém toca orienta a criança a, sem medos ou futuros traumas sexuais, defender-se de violência sexual e a zelar pelo próprio corpo

Por Karla Maria e A. Edson
Em 18 de maio o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Celebrou, mas ainda não teve muito a comemorar em função da vulnerabilidade que envolve suas crianças. Segundo dados de 2011, quando se tornou obrigatório o registro do tipo de violência sofrida por pacientes atendidos nos estabelecimentos de saúde do País, o Ministério da Saúde apurou que o abuso sexual é o segundo tipo de violência mais comum que afeta crianças de até nove anos de idade. Entre pré-adolescentes de 10 a 14 anos, esse tipo de violência fica atrás apenas das notificações de negligência e abandono. Já entre adolescentes de 15 a 19 anos, a agressão sexual ocupa o terceiro lugar. O pior de tudo é que, na maioria das vezes – 64% segundo as estatísticas –, os abusos acontecem dentro da própria residência, e os agressores convivem próximo à vítima, como os pais, parentes, amigos ou vizinhos.
Segundo as estatísticas, o abuso sexual é um fantasma que, além de assustar crianças, na maioria das vezes indefesas, assombra pais e mães, levando-as a terem mais motivos para a cada dia desconfiar de qualquer um que se aproxime de seus filhos. Por isso, as campanhas de prevenção, todas bem-intencionadas, se multiplicam. E uma delas, com a regra denominada “Aqui ninguém toca”, poderia ser mais uma não fosse por um detalhe: orienta as crianças a, sem medos ou futuros traumas sexuais, zelar pelo próprio corpo. A iniciativa do Conselho da Europa, organização voltada para a defesa dos direitos humanos, é um guia para pais e educadores e uma ferramenta eficaz para prevenir abusos sexuais. Baseada no diálogo, ela orienta os adultos a conversarem com a criança através de quatro tópicos:

O seu corpo é só seu
Ensinar à criança que ela é dona de seu corpo e que ninguém pode tocar nele sem a sua autorização. É importante dizer isso de forma aberta e direta, empregando nomes corretos para os órgãos genitais e outras partes do corpo. Isso ajudará as crianças a compreender o que não é permitido. A criança pode recusar que as pessoas a beijem ou toquem nela, mesmo que sejam pessoas de que ela gosta. Por isso é necessário ensinar a dizer “não” de forma firme a contatos físicos impróprios, a fugir de situações perigosas e a contar o que se passou a um adulto de confiança. Diga à criança que ela deve insistir até alguém levar o assunto a sério.
Contato físico
Crianças nem sempre diferenciam um contato físico aceitável de outro inaceitável. Ensine a criança a não aceitar que outros a vejam ou toquem suas partes íntimas. Ou ainda que outros peçam a ela para ver ou tocar nas de outra pessoa. A regra “Aqui ninguém toca” ajuda a criança a estabelecer uma fronteira fácil de memorizar: a roupa interior. A criança deve aprender a recusar que lhe toquem por baixo da roupa íntima.Também é recomendável que o adulto comece a falar sobre esse tema com os filhos. Certifique-se de que a criança sabe pedir ajuda a um adulto de confiança sempre que tiver dúvidas sobre o comportamento de alguém. Os pais podem explicar aos filhos que, em certas situações, alguns adultos (como médicos) podem precisar tocar neles, mas devem ser encorajados a dizer “não” quando se sentirem incomodados.
Prevenção e proteção
Quando sujeita a abusos, a criança sente vergonha, culpa e medo. Assim, os adultos devem estar receptivos aos sentimentos e comportamentos da criança, que deve ter confiança para falar sobre qualquer assunto com os pais.

Segredos
O segredo é a principal tática dos agressores. Por esse motivo é importante criar um clima de confiança e ensinar à criança a diferença entre segredos bons e segredos maus. Todos os segredos que geram ansiedade, desconforto, medo e tristeza não são bons nem devem ser guardados. Pelo contrário, devem ser contados a um adulto de confiança (pais, professores, responsáveis etc.). A criança deve saber selecionar e identificar os adultos confiáveis e também saber como procurar a ajuda desse círculo de confiança.
Ninguém nasce pronto
Para a psicopedagoga Thaís Rufatto dos Santos, consultora em Educação Inclusiva, a regra “Aqui ninguém toca” é um caminho interessante para pais e educadores conscientizarem as crianças a respeito do abuso sexual, pois ninguém nasce pronto. “A começar pelos pais, que estão em constante processo de informação, evolução e transformação para lidar com a realidade do abuso sexual. Os adultos devem sempre buscar informações que vão ao encontro dessa ameaça real, como filmes educativos, livros e materiais paradidáticos”, afirma a especialista, para quem a regra “Aqui ninguém toca” é subsídio útil. “Ao orientar que partes do corpo da criança ‘cobertas pela roupa’ não devem ser tocadas por outras pessoas e que o corpo, afinal, pertence a elas, essa iniciativa previne o abuso sexual não só junto à população europeia, mas a de todo o mundo. O material lúdico criado pelo Conselho da Europa pode e deve ser usado aqui”, aconselha.
Acesse ao livro:
http://www.underwearrule.org/Source/PT/Book_pt.pdf

Em 18 de maio o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Celebrou, mas ainda não teve muito a comemorar em função da vulnerabilidade que envolve suas crianças. Segundo dados de 2011, quando se tornou obrigatório o registro do tipo de violência sofrida por pacientes atendidos nos estabelecimentos de saúde do País, o Ministério da Saúde apurou que o abuso sexual é o segundo tipo de violência mais comum que afeta crianças de até nove anos de idade. Entre pré-adolescentes de 10 a 14 anos, esse tipo de violência fica atrás apenas das notificações de negligência e abandono. Já entre adolescentes de 15 a 19 anos, a agressão sexual ocupa o terceiro lugar. O pior de tudo é que, na maioria das vezes – 64% segundo as estatísticas –, os abusos acontecem dentro da própria residência, e os agressores convivem próximo à vítima, como os pais, parentes, amigos ou vizinhos.
Segundo as estatísticas, o abuso sexual é um fantasma que, além de assustar crianças, na maioria das vezes indefesas, assombra pais e mães, levando-as a terem mais motivos para a cada dia desconfiar de qualquer um que se aproxime de seus filhos. Por isso, as campanhas de prevenção, todas bem-intencionadas, se multiplicam. E uma delas, com a regra denominada “Aqui ninguém toca”, poderia ser mais uma não fosse por um detalhe: orienta as crianças a, sem medos ou futuros traumas sexuais, zelar pelo próprio corpo. A iniciativa do Conselho da Europa, organização voltada para a defesa dos direitos humanos, é um guia para pais e educadores e uma ferramenta eficaz para prevenir abusos sexuais. Baseada no diálogo, ela orienta os adultos a conversarem com a criança através de quatro tópicos:

O seu corpo é só seu
Ensinar à criança que ela é dona de seu corpo e que ninguém pode tocar nele sem a sua autorização. É importante dizer isso de forma aberta e direta, empregando nomes corretos para os órgãos genitais e outras partes do corpo. Isso ajudará as crianças a compreender o que não é permitido. A criança pode recusar que as pessoas a beijem ou toquem nela, mesmo que sejam pessoas de que ela gosta. Por isso é necessário ensinar a dizer “não” de forma firme a contatos físicos impróprios, a fugir de situações perigosas e a contar o que se passou a um adulto de confiança. Diga à criança que ela deve insistir até alguém levar o assunto a sério.
Contato físico
Crianças nem sempre diferenciam um contato físico aceitável de outro inaceitável. Ensine a criança a não aceitar que outros a vejam ou toquem suas partes íntimas. Ou ainda que outros peçam a ela para ver ou tocar nas de outra pessoa. A regra “Aqui ninguém toca” ajuda a criança a estabelecer uma fronteira fácil de memorizar: a roupa interior. A criança deve aprender a recusar que lhe toquem por baixo da roupa íntima.Também é recomendável que o adulto comece a falar sobre esse tema com os filhos. Certifique-se de que a criança sabe pedir ajuda a um adulto de confiança sempre que tiver dúvidas sobre o comportamento de alguém. Os pais podem explicar aos filhos que, em certas situações, alguns adultos (como médicos) podem precisar tocar neles, mas devem ser encorajados a dizer “não” quando se sentirem incomodados.
Prevenção e proteção
Quando sujeita a abusos, a criança sente vergonha, culpa e medo. Assim, os adultos devem estar receptivos aos sentimentos e comportamentos da criança, que deve ter confiança para falar sobre qualquer assunto com os pais.

Segredos
O segredo é a principal tática dos agressores. Por esse motivo é importante criar um clima de confiança e ensinar à criança a diferença entre segredos bons e segredos maus. Todos os segredos que geram ansiedade, desconforto, medo e tristeza não são bons nem devem ser guardados. Pelo contrário, devem ser contados a um adulto de confiança (pais, professores, responsáveis etc.). A criança deve saber selecionar e identificar os adultos confiáveis e também saber como procurar a ajuda desse círculo de confiança.
Ninguém nasce pronto
Para a psicopedagoga Thaís Rufatto dos Santos, consultora em Educação Inclusiva, a regra “Aqui ninguém toca” é um caminho interessante para pais e educadores conscientizarem as crianças a respeito do abuso sexual, pois ninguém nasce pronto. “A começar pelos pais, que estão em constante processo de informação, evolução e transformação para lidar com a realidade do abuso sexual. Os adultos devem sempre buscar informações que vão ao encontro dessa ameaça real, como filmes educativos, livros e materiais paradidáticos”, afirma a especialista, para quem a regra “Aqui ninguém toca” é subsídio útil. “Ao orientar que partes do corpo da criança ‘cobertas pela roupa’ não devem ser tocadas por outras pessoas e que o corpo, afinal, pertence a elas, essa iniciativa previne o abuso sexual não só junto à população europeia, mas a de todo o mundo. O material lúdico criado pelo Conselho da Europa pode e deve ser usado aqui”, aconselha.
Acesse ao livro:
http://www.underwearrule.org/Source/PT/Book_pt.pdf
Fonte: Edição 954
Postado por: Família Cristã
Veja Também

Quando nosso sistema imunológico se desequilibra, entram em cena as doenças autoimunes
.jpg&x=45&y=45)
Tanto a sinusite como a rinite são inflamações que afetam as mesmas regiões do corpo.

Levar em consideração o corpo inteiro e tratar diretamente a causa do problema são as principais