Relacionamento é como semente
Data de publicação: 30/11/2017
Por Cleusa Thewes *
Janice e Thiago
Janice é biomédica e dedica-se à pesquisa. Thiago é engenheiro e viaja regularmente a serviço. Estão casados há dez anos. Ele se queixa de viver muito só. Com frequência pede à esposa que dedique um tempo a ele. Mas ela, invariavelmente, dá sempre a mesma resposta: “Não posso. Tenho pesquisas para concluir”.
Janice tem consciência do problema. Olhando suas atitudes, estranha-se. Dá-se conta do excesso de foco nos interesses próprios e de sua indiferença para com o marido. Sabe que se descuida de cultivar o relacionamento e agora até se assusta com a possibilidade de Thiago buscar novo porto seguro.
Jacó e Solange
Casados há dois anos, Solange é dedicadíssima à vida conjugal, sempre criando momentos para o convívio do casal. No entanto, Jacó não lhe dá a mínima. Vive ausente, ocupado na empresa. Ela, ao contrário dele, sabe como separar o trabalho e a vida doméstica. Quando pode, elege espaços para estarem juntos, porém ele pouco se empenha. Em um ano de casados, o marido só se liberou do trabalho em um final de semana para curti-la, tamanhas são as dificuldades de desprender-se do ambiente profissional. Como se isso não bastasse, ele ainda se julga no direito de criticá-la, chamando-a de sonhadora e exigente. Solange vê ruir seus planos de relacionamento pessoal. E agora até deu de se sentir sufocada e enfraquecida. Ela não entende o marido, que, ultimamente, ora está na defensiva, ora no ataque. Sem saber ao certo o que fazer, ela deixa rolar. Cansada de regar e adubar sozinha o jardim conjugal está a ponto de abandoná-lo.
Sementes
A palavra semente é uma metáfora e presta-se perfeitamente para traçar um comparativo no cultivo dos relacionamentos. As sementes ocultam o mistério da vitalidade. Todavia, carecem de cuidados e de local apropriado para vicejar. Assim são as sementes do amor, que podem desabrochar fortes e viçosas, ou fracas e frágeis, segundo o acolhimento e cultivo. Sementes de amor humano necessitam de mentes sábias e humildes, de vontades tenazes e ao mesmo tempo flexíveis, de corações maduros, equilibrados e alfabetizados no amor. Na conjugalidade, a cumplicidade dos jardineiros se entrelaça no compartilhamento de suas diferentes sementes.
Sementes no pedregulho
Algumas vezes, os casais encontram um terreno petrificado, um no outro, caracterizado pelo fechamento e o orgulho. Endurecem a palavra, calcificam o olhar, esfriam o toque. Essa atitude impede a flexibilidade e o diálogo. No relato de Janice, vê-se que ela se congelou nos seus interesses, que não incluem o marido. Este simplesmente tem o seu direito à afetividade negando. Ao regressar de suas viagens, não encontra, na esposa, a esperada receptividade. Então sufoca seus sonhos e desejos. Sementes de amor semeadas em pedras mofam, secam e morrem. O casal precisa aprender a remover as pedras e semear em terra fértil.
Sementes no espinheiro
Há convívios que machucam tanto a ponto de parecerem terrenos espinhentos, ferindo e fincando pontas. Casais habitantes nessa área de combate confrontam forças inúteis. Sufocam sementes de amor com palavras ás peras e depreciativas. Os espinhos de cada cutucam, ferem os defeitos do outro, abrem feridas, mágoas e rancores, sangrando, assim, o coração da semente. Na história de Solange, ela tenta cultivar a semente do amor, num espaço de encontro e construção relacional, mas Jacó sufocava espinhosamente a expectativa dela. Ao ausentar-se em demasia, fere o amor-próprio da esposa. Ela se sente rejeitada nos seus ensaios de aproximação.
Sementes na terra fértil
Dentro da família todos são sementes. De quê? O casamento envolve escolha pessoal e cada qual leva para o relacionamento aquilo que é e cultivou ao longo dos anos: um coração amoroso e sensato, ou um coração pedregoso, amargo, espinhento e rude. Na relação, é imprescindível o autoconhecimento: quem e como você é, pois o crescimento passa por esta travessia dos reconhecimentos individuais, que, juntos, formam o jardim familiar. Que responsabilidade!
A realização conjugal não se encontra no outro, mas no modo como cada um aprende a cultivar suas sementes.
Todo terreno (a conjugalidade), se bem arado e regado, faz brotar as sementes interiores. A qualidade das sementes brotadas potencializará o terreno.
Amigos, pedras agridem, espinhos ferem. Só o amor cura.
Semeia amor em todos nós, Mãe. Amém!
Janice e Thiago
Janice é biomédica e dedica-se à pesquisa. Thiago é engenheiro e viaja regularmente a serviço. Estão casados há dez anos. Ele se queixa de viver muito só. Com frequência pede à esposa que dedique um tempo a ele. Mas ela, invariavelmente, dá sempre a mesma resposta: “Não posso. Tenho pesquisas para concluir”.
Janice tem consciência do problema. Olhando suas atitudes, estranha-se. Dá-se conta do excesso de foco nos interesses próprios e de sua indiferença para com o marido. Sabe que se descuida de cultivar o relacionamento e agora até se assusta com a possibilidade de Thiago buscar novo porto seguro.
Jacó e Solange
Casados há dois anos, Solange é dedicadíssima à vida conjugal, sempre criando momentos para o convívio do casal. No entanto, Jacó não lhe dá a mínima. Vive ausente, ocupado na empresa. Ela, ao contrário dele, sabe como separar o trabalho e a vida doméstica. Quando pode, elege espaços para estarem juntos, porém ele pouco se empenha. Em um ano de casados, o marido só se liberou do trabalho em um final de semana para curti-la, tamanhas são as dificuldades de desprender-se do ambiente profissional. Como se isso não bastasse, ele ainda se julga no direito de criticá-la, chamando-a de sonhadora e exigente. Solange vê ruir seus planos de relacionamento pessoal. E agora até deu de se sentir sufocada e enfraquecida. Ela não entende o marido, que, ultimamente, ora está na defensiva, ora no ataque. Sem saber ao certo o que fazer, ela deixa rolar. Cansada de regar e adubar sozinha o jardim conjugal está a ponto de abandoná-lo.

A palavra semente é uma metáfora e presta-se perfeitamente para traçar um comparativo no cultivo dos relacionamentos. As sementes ocultam o mistério da vitalidade. Todavia, carecem de cuidados e de local apropriado para vicejar. Assim são as sementes do amor, que podem desabrochar fortes e viçosas, ou fracas e frágeis, segundo o acolhimento e cultivo. Sementes de amor humano necessitam de mentes sábias e humildes, de vontades tenazes e ao mesmo tempo flexíveis, de corações maduros, equilibrados e alfabetizados no amor. Na conjugalidade, a cumplicidade dos jardineiros se entrelaça no compartilhamento de suas diferentes sementes.
Sementes no pedregulho
Algumas vezes, os casais encontram um terreno petrificado, um no outro, caracterizado pelo fechamento e o orgulho. Endurecem a palavra, calcificam o olhar, esfriam o toque. Essa atitude impede a flexibilidade e o diálogo. No relato de Janice, vê-se que ela se congelou nos seus interesses, que não incluem o marido. Este simplesmente tem o seu direito à afetividade negando. Ao regressar de suas viagens, não encontra, na esposa, a esperada receptividade. Então sufoca seus sonhos e desejos. Sementes de amor semeadas em pedras mofam, secam e morrem. O casal precisa aprender a remover as pedras e semear em terra fértil.
Sementes no espinheiro
Há convívios que machucam tanto a ponto de parecerem terrenos espinhentos, ferindo e fincando pontas. Casais habitantes nessa área de combate confrontam forças inúteis. Sufocam sementes de amor com palavras ás peras e depreciativas. Os espinhos de cada cutucam, ferem os defeitos do outro, abrem feridas, mágoas e rancores, sangrando, assim, o coração da semente. Na história de Solange, ela tenta cultivar a semente do amor, num espaço de encontro e construção relacional, mas Jacó sufocava espinhosamente a expectativa dela. Ao ausentar-se em demasia, fere o amor-próprio da esposa. Ela se sente rejeitada nos seus ensaios de aproximação.
Sementes na terra fértil
Dentro da família todos são sementes. De quê? O casamento envolve escolha pessoal e cada qual leva para o relacionamento aquilo que é e cultivou ao longo dos anos: um coração amoroso e sensato, ou um coração pedregoso, amargo, espinhento e rude. Na relação, é imprescindível o autoconhecimento: quem e como você é, pois o crescimento passa por esta travessia dos reconhecimentos individuais, que, juntos, formam o jardim familiar. Que responsabilidade!
A realização conjugal não se encontra no outro, mas no modo como cada um aprende a cultivar suas sementes.
Todo terreno (a conjugalidade), se bem arado e regado, faz brotar as sementes interiores. A qualidade das sementes brotadas potencializará o terreno.
Amigos, pedras agridem, espinhos ferem. Só o amor cura.
Semeia amor em todos nós, Mãe. Amém!
Fonte: FC edição 932- agosto 2013
Postado por: Família Cristã
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