Pai, sem dúvida
Data de publicação: 24/01/2014
Rosangela Barboza
Desdobrando-se pelos filhos, Osmar Burille, Aggeo Simões e Luiz Carlos Vizioli têm histórias de vida bem diferentes, mas motivadas por uma só força: o amor de pai.
O pai e o padre
Conheceu Cecília, namoraram três anos, e mesmo com ideias diferentes, os jovens se casaram em 1989. Quatro anos depois, nascia a filha Samara, mas o casamento enfrentava crises. “Chorava amargamente e pedia a Jesus uma luz para nossas vidas. Até que um dia um padre nos encaminhou ao Tribunal Eclesiástico” – lembra Osmar. Depois de três anos, o casamento foi anulado. Neste meio tempo, com o apoio do então bispo de Passo Fundo, dom Ercílio Simon, Osmar retomou os estudos do Ensino Médio.
Em 2003, entrou para o seminário e em 2009, finalmente, o chamado da infância se concretizou, com a ordenação sacerdotal. Todo o processo de separação foi muito difícil para ele, principalmente por saber que Samara também sofria. Inicialmente, a guarda ficara com a mãe, mas depois o pai, que morava no seminário, pediu que a guarda fosse concedida aos avós paternos, o que a menina também queria. E essa mudança facilitou o contato entre pai e filha. Quando foi ordenado diácono, Osmar solicitou ao bispo que Samara passasse a morar com ele, na casa paroquial na cidade de Tapera, onde atuava. E depois, quando se tornou sacerdote, a filha também continuou a morar com ele, por quase dois anos, revelando-se uma companhia especial.
Atualmente, Samara mora em Porto Alegre (RS) e estuda para entrar na universidade federal e se tornar uma veterinária. “A Samara, mesmo na difícil situação da separação, sempre me apoiou a seguir este projeto que nasceu em meu coração” − conta, feliz e orgulhoso de sua filha, o padre e pai Osmar Burille.
Pai solteiro
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No início, sempre que tinha saudade o pai ia vê-la. Depois do primeiro ano de separação, a pequena passou a ficar com o pai duas vezes por semana. Aggeo trabalha em casa, o que possibilita que esteja mais próximo da filha. “Ela foi respondendo super bem ao fato de ter duas casas. No começo sentia falta da mãe, mas depois se adaptou” − diz Aggeo. Quando Ava completou 6 anos, passou a ficar metade da semana na casa do pai e a outra metade na casa da mãe. “Para mim, estar com a minha filha é natural.
Fui criado numa família muito carinhosa e sinto saudade dela quando estou longe. Gosto de influenciar na sua criação e ensinar os meus valores” − conta Aggeo. Suas experiências em viver e cuidar da filha deram origem, em 2009, ao blog Manual do Pai Solteiro. “Alguns amigos me perguntavam como era cuidar de uma criança e não ficar apenas os finais de semana com ela, como fazem muitos pais separados. “Comecei a escrever as minhas experiências do dia a dia como pai solteiro, que depois virou o blog” − lembra o músico.
A iniciativa chamou a atenção. “Achei bacana falar sobre a minha experiência e conversar com mães e pais que queriam saber mais e conversar sobre essa realidade”– conta Aggeo. E tudo isso valeu a pena para pai e filha. “Acho que nada substitui a convivência com os pais e familiares na vida de uma criança. Ela se desenvolve mais rápido, em todos os sentidos. Ava é uma criança feliz até demais” − brinca o pai. E como todo pai e filha, também têm os momentos de birra. “Mas a gente conversa muito. Ela é uma menina normal e sadia” − orgulha-se ele.
Um novo pai
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Tudo para evitar possíveis complicações. Nesta época, ele já tinha três filhos: Michel, que hoje tem 31 anos, Jhonatan, de 18, e Heitor, de 15. Ele não esquece a imagem em que Jhonatan, ainda muito pequeno, o visitou no hospital. “Sem saber, ele me deu uma
grande força. Quis muito continuar a viver por eles e isso me ajudou a superar melhor as dificuldades daquele momento. Eu me senti muito impotente. Reavaliei a minha vida e queria fazer muita coisa que nunca havia feito. Não pensava tanto em mim, mas na família e nos filhos pequenos, que não tinham consciência do que acontecia” – relata Luiz Carlos. E graças a um transplante de medula, doada pela sua irmã, ele se recuperou. Hoje, ainda realiza exames periódicos, mas a sua saúde é estável.
Depois disso, sua vida mudou. Deixou de lado um trabalho estressante no segmento de vendas e procurou dedicar mais tempo à família. Alimentação, escola, passeios… Em tudo lá está ele, com os filhos. Luiz vive de renda, o que possibilita manter a qualidade de vida com a família. “Antes de ficar doente, já poderia viver com mais tranquilidade, mas queria sempre mais. Não era um pai presente, pois nunca tinha tempo. No entanto, não fiquei rico e acabei ganhando uma doença” − afirma. Luiz e Claudete ainda tiveram mais um filho: o Anthony, de 8 anos. “Acompanho tudo o que meus filhos fazem e isso tem dado muito certo. Estamos sempre juntos” − conta ele, orgulhoso.
Vindo de uma família religiosa, Luiz passou a participar mais da sua Igreja acompanhado pela esposa e filhos. “A maior herança que quero para meus filhos é que eles continuem cultivando a espiritualidade dentro deles. Sei que, ouvindo a Deus, eles vão saber tomar boas decisões em todos os campos da vida” − afirma o novo pai.
Fonte: Família Cristã 908 - Ago/2011
Postado por: Família Cristã
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