Para enxergar com clareza
Data de publicação: 20/07/2017
Precisamos ter coragem de admitir que junto com alguém chegamos mais longe,
pois podemos contar com um prisma diferente a nos ajudar a enxergar o melhor caminho
Temos a tendência de enxergar com muito mais clareza o que está a certa distância de nós, do que o que está diante dos nossos olhos! Faz sentido! Coloque um texto que vá ler, bem diante de seu rosto. A leitura é impossível! A visão fica desfocada, pois é necessária uma distância adequada para que o nosso campo de visão seja eficaz! Mas cabe aqui uma reflexão cuidadosa, no aspecto espiritual e relacional, pois realmente aquela velha história da trave no olho acontece com muita frequência. Vemos o irmão com olhar crítico e sem caridade, enxergando seus defeitos sob nosso ponto de vista, e para nós mesmos, deixamos um olhar menos cuidadoso, menos detalhista e, mais misericordioso e bondoso.
Por outro lado, às vezes podemos ajudar e muito um irmão, ao sermos capazes de indicar-lhe alguns caminhos e apontar certas direções. Afinal, temos mais clareza quando vemos de certa distância.

De qualquer forma, precisamos ter coragem para admitir que junto com alguém chegamos mais longe, pois podemos contar com um prisma diferente a nos ajudar a enxergar o melhor caminho. Jesus ensina tanto sobre o amor ao próximo e sobre a vida entre irmãos, pois sabe que não se pode viver bem sem esse caminho comunitário, de abertura ao outro, de escuta e de relacionamento fundamentado e orientado pela fé!
Conviver com o diferente – Quando nos isolamos de nossa família, ou de nossas comunidades de origem, quer sejam os grupos de pastorais, grupos de jovens ou movimentos, naturalmente tendemos a perder o campo de visão espiritual da vida! Poderemos continuar o caminho, mas ele será, com certeza, menos produtivo ou mais difícil.
Num tempo em que se vive a polarização das ideias, a política do tudo ou nada, do oito ou oitenta, em que a globalização leva à amplitude de conhecimento, com o risco de não se aprofundar em nenhum conhecimento de fato, uma vida comunitária mais verdadeira e coerente pode ser o diferencial para a felicidade ou para o desastre interior. Só uma abertura ao outro, uma vida comunitária que se fundamenta na Igreja, mas não se fecha na Igreja, leva o ajudar a não cair no erro do olhar superficial e do julgamento precipitado, que geralmente se baseiam no extremismo e no orgulho. É esse olhar, aparentemente claro, que vem escondido na rotulação e na condenação do outro. Será mesmo que o erro do outro o faz totalmente errado, enquanto meu erro me faz apenas humano? Será mesmo que a opinião do outro, se manifestada com respeito, precisa ser atacada com agressividade em defesa do bem (que eu creio ser “bem”) ou até mesmo da fé; enquanto minha opinião deve ser aceita sem reservas em qualquer situação, pois eu (e somente eu) sei o que é melhor?
É só na abertura ao outro, ao diferente, que aprendemos a conviver bem com nossas próprias diferenças. É só na abertura à opinião do outro que podemos enxergar o que está “diante dos nossos olhos” e não conseguimos ver. Isso se chama convivência humana sadia, isso se traduz em convivência cristã, isso, na sua acepção mais completa, é realmente fé cristã!
Fonte: FC edição 976 - Abril 2017
Postado por: Família Cristã
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