Lições de uma crise econômica
Data de publicação: 20/03/2018
As lições de uma crise econômica

Milhões de brasileiros e suas famílias estão sofrendo com a crise econômica no País. Mas, com educação financeira, planejamento, sonhos e união, é possível mudar esta realidade

Foi o que fez Gerson. Procurou um educador financeiro, que o orientou a reorganizar suas finanças. A tarefa de casa ele não fez sozinho, e nem poderia. A família, a esposa e o filho Davi, de 9 anos, também fizeram sua parte nas mudanças. “No começo, é difícil vender a ideia para a família. Antes de tudo, peguei as contas e expliquei como estava nossa situação e o que deveríamos fazer para melhorá-la”, lembra.
Domingos conta que o envolvimento familiar é fundamental. “Quem procura reorganizar as finanças precisa saber que se trata de uma questão familiar e não individual”, observa. “É preciso que todos economizem, mas não só quando a situação é difícil. Esse é um caminho para a vida toda”, orienta o economista. “Os pais desempenham papel crucial na vida dos filhos, especialmente no que diz respeito à lida com as finanças. Seu exemplo e comportamento guiam as atitudes dos filhos, tanto agora quanto no futuro”, ressalta. “Por isso é importante educá-los financeiramente, quando começarem a dar os primeiros sinais de entendimento”, afirma, lembrando que escolas que ensinam educação financeira são uma opção interessante.
Para Domingos, a situação econômica do País não é a principal causa para as desordens nas contas familiares. “Posso afirmar que o grande problema das finanças das famílias está relacionado às questões que têm a ver com a forma de lidar com o dinheiro.” Ele cita os sete principais “pecados” que levam as pessoas e suas famílias a se tornarem inadimplentes: falta de educação financeira; falta de planejamento; exposição às mensagens das campanhas de marketing, o que faz as pessoas comprarem por impulso; crédito fácil; parcelamentos; a falta de sonhos, sem objetivo para o dinheiro, as pessoas podem gastá-lo de forma irresponsável; e, por fim, a necessidade de status social, quando as pessoas acreditam que consumir mesmo sem ter condições é importante para serem aceitas socialmente.

Quando procurou o educador financeiro, Gerson se dispôs a seguir à risca todas as suas instruções, e o plano em família deu certo. “Em 2016, estávamos endividados. Em 2017 consegui fazer acordos e pagar as parcelas, que terminam no mês de março. E ainda estou poupando e planejando para concretizar o sonho de ir com a família à Disney”, conta.
Gerson renegociou gradativamente as dívidas que tinha. buscando os melhores momentos e formas de pagamento, aprendeu a usar o cartão de crédito de forma racional e deixou de gastar o dinheiro consumido por impulso.
Em casa, com a colaboração da família, muita coisa mudou, mas para melhor. Os passeios ao shopping com o filho, onde o estímulo ao consumo é grande, foram trocados por passeios ao ar livre, a TV a cabo foi cancelada, a internet teve a sua velocidade reduzida, o carro do ano foi substituído por outro mais simples, para ajudar a saldar dívidas, as contas de água e luz ficaram bem menores por conta da economia em família, o valor gasto com as compras mensais no supermercado caiu quase pela metade, o que fez a família notar que muitos itens eram desnecessários ou desperdiçados. “A educação financeira nos ajudou a ter uma melhor qualidade de vida. Comprávamos muitos alimentos que não eram bons para a saúde”, conta Gerson, que hoje, trabalha com consórcios e aproveita o seu aprendizado para dar dicas de economia aos clientes.
Outra lição foi o investimento em sonhos. Assim, ao invés de gastarem dinheiro com compras por impulso, agora poupam para concretizar seus sonhos. Além da viagem à Disney, programada para este ano, Gerson também planeja comprar uma chácara no interior. “Hoje poupo muito para investir depois, sem pressa e impulsividade”, comemora.

Hoje, a situação está melhor: João Pedro conseguiu trabalho numa escola particular, no começo de 2016, na mesma época em que saiu a sua aposentadoria. “Olhando para trás, parece que Deus sempre procurou ajustar as coisas para nós”, conta Maria das Graças. Com a tranquilidade que sempre o acompanhou, durante a crise, João Pedro dá uma dica às famílias. “Primeiro, não perder a fé em Deus, pois tudo vai passar, não é preciso se desesperar ou se lamentar”, afirma. E, em segundo lugar, é necessário a união. “Numa família estruturada e unida, um ajuda o outro, para superar as dificuldades. Nossos pais e irmãos também nos ajudaram. Muitas famílias se separam nas crises, mas este é o momento de se manterem unidas.”
Por, Rosangela Barboza
Fonte: FC edição 986 Fevereiro 2018
Postado por: Família Cristã
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