Presa a Cristo pelo amor
Data de publicação: 10/07/2018
Por, Maria Inês Carniato, fsp
A longa trajetória por incontáveis lugares de punição, muitas vezes injusta e sempre desumana, já mostrou à irmã Letícia todo tipo de sofrimento.

“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei o Reino que vos foi preparado desde a criação do mundo! (...) Porque estive preso e fostes me visitar” (cf. Mt 25,34-36), disse Jesus aos seus discípulos de todos os tempos. Entre os benditos que trazem no peito o Reino do Pai estão os que enxergam o Senhor sofrendo nos presídios e vão visitá-lo.
Irmã Letícia Pillecco é uma Irmã Paulina, filha do Apóstolo Paulo por vocação. Paulo foi preso e torturado várias vezes por anunciar o Reino de Deus no mundo injusto de seu tempo, e vibrava de alegria quando um amigo ia vê-lo na prisão. Trabalhando na Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Porto Velho (RO), irmã Letícia revela sua paixão antiga e bem paulina: “Eu sempre visitei os encarcerados. Desde 1957, nas viagens missionárias, onde havia presídios eu conseguia uma lista de nomes dos apenados e, indo de casa em casa, em visita às famílias da cidade, sugeria que adotassem espiritualmente um deles, doando um volume da História Sagrada com uma dedicatória. Depois, eu levava os livros, que eram distribuídos com uma singela celebração da Palavra de Deus”.
A longa trajetória por incontáveis lugares de punição, muitas vezes injusta e sempre desumana, já mostrou à irmã Letícia todo tipo de sofrimento.

“Vinde, benditos de meu Pai! Recebei o Reino que vos foi preparado desde a criação do mundo! (...) Porque estive preso e fostes me visitar” (cf. Mt 25,34-36), disse Jesus aos seus discípulos de todos os tempos. Entre os benditos que trazem no peito o Reino do Pai estão os que enxergam o Senhor sofrendo nos presídios e vão visitá-lo.
Irmã Letícia Pillecco é uma Irmã Paulina, filha do Apóstolo Paulo por vocação. Paulo foi preso e torturado várias vezes por anunciar o Reino de Deus no mundo injusto de seu tempo, e vibrava de alegria quando um amigo ia vê-lo na prisão. Trabalhando na Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Porto Velho (RO), irmã Letícia revela sua paixão antiga e bem paulina: “Eu sempre visitei os encarcerados. Desde 1957, nas viagens missionárias, onde havia presídios eu conseguia uma lista de nomes dos apenados e, indo de casa em casa, em visita às famílias da cidade, sugeria que adotassem espiritualmente um deles, doando um volume da História Sagrada com uma dedicatória. Depois, eu levava os livros, que eram distribuídos com uma singela celebração da Palavra de Deus”.

Comunicadora do bem – Tanto amor cristão semeado dá fruto imediato no coração de quem sofre atrás das grades ou em casa, pela ausência do parente querido. É o que mostra Lourdes Moura de Alencar, mãe de uma jovem apenada, referindo-se às senhoras Maria do Carmo de Souza Mariúba e Rita de Cássia Pinheiro, atuantes na Pastoral Carcerária, enquanto, ao lado de irmã Letícia, elas saboreiam um cafezinho na cozinha dela em um domingo de manhã: “Essas amigas são as únicas pessoas que eu sei que são minhas verdadeiras irmãs”.
E o eco dessa irmandade se repete dentro dos altos muros em palavras sinceras como essas de uma jovem apenada: “Neste lugar a gente se sente esquecida, e muitos acham que estamos perdidas, mas não: nossas amigas da Pastoral Carcerária vêm saber como estamos e tentam amenizar nosso sofrimento. Elas perguntam do que precisamos, mas nem é necessário que tragam nada: basta uma palavra, um abraço, para ficarmos felizes”. “É uma pastoral gratificante, mesmo que seja tão difícil”, diz irmã Letícia, respaldada por 60 anos nessa prática de amor só possível para as pessoas às quais o Pai reservou o Reino – como garante Jesus.
Além do encontro espiritual humanizante, a Pastoral Carcerária acompanha os apenados e os familiares por meio de advogados e advogadas voluntários que servem a Deus nos irmãos e irmãs desassistidos. Quando uma pessoa é presa, alguns profissionais sem escrúpulos tentam extorquir financeiramente os parentes, que fazem esforços sobre-humanos para socorrer o apenado com assistência jurídica. Nesses casos, a assessoria voluntária é de grande importância, pois muitas vezes as famílias desconhecem os direitos de quem foi preso e os caminhos que garantem o acesso a eles gratuitamente. A luta da equipe no momento é para abrir uma extensão de um curso superior da Universidade Federal de Rondônia (Unir) nas dependências da Penitenciária Feminina Estadual, beneficiando as quase 30 apenadas que obtiveram boa pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, no qual algumas alcançaram nota máxima em redação.

Outra amiga apenada escreveu poucas frases que a irmã Letícia guarda como tesouros: “A senhora é uma pessoa muito importante em minha vida. Em um momento de trevas, de repente me apareceu uma luz. Essa luz era a senhora, que me fez ver que eu não estava só”.
Fazer a pessoa que sofre se sentir importante para alguém é, no entender de irmã Letícia, uma missão totalmente gratuita e nada fácil, porém que vale a pena, porque a recompensa está no céu. “Minha maior alegria é quando recebo o pedido de um exemplar da Bíblia. Já distribuímos mais de mil Bíblias, doadas por pessoas amigas. Não consigo mais deixar essa pastoral, porque ela já faz parte de mim”, afirma.
E Jesus, o irmão de todos, responde a ela e a quantos se dedicam ao testemunho da misericórdia do Pai: “Não consigo deixar aqueles presos que você vai visitar, porque eles fazem parte de mim”.
Fonte: Fc edição 980, Agosto de 2017
Postado por: Família Cristã
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