Possuir-se!
Data de publicação: 12/11/2014
Padre Reginaldo Carreira*

Faz-se necessário um olhar mais profundo sobre nossa existência, através da fé e do autoconhecimento, para que possamos discernir entre o que precisamos de fato e o que a mídia e a sociedade nos propõem como imprescindível para nossa felicidade. Quando digo mídia e sociedade, incluo sem dúvida a própria religião, pois bem sabemos que, em nome dela, se “vendem” caminhos e kits de felicidade. Não é difícil nos perdermos nos anúncios de uma felicidade que priorize mais o que há fora de nós do que o que conquistamos com o encontro conosco mesmos.
Ser feliz com o que se tem, e o que se é, não é tão fácil num mundo que estimula desde criança a comparação com alguém que seja melhor do que nós. Embora alguns pais perseverem em ensinar que aquele tênis “de marca” não é necessário, outros pais e a maioria da sociedade ainda insistem em dizer que não dá pra ser feliz sem ele. Outros preferem tirar o peso da culpa dizendo que, embora saibam que não é essencial possuir aquele objeto, ter a possibilidade de comprá-lo para satisfazer um desejo não traz nenhuma consequência negativa.
Sentido da felicidade – Não quero com isso culpar ninguém de ter o que sonhou. Aquilo que se luta para conquistar, é justo que se obtenha. O grande perigo é perdermos o sentido da felicidade pura e simples que se encontra em nós, pois somos templos do Espírito Santo e convivemos com pessoas que são também templos do Espírito Santo. Não podemos cair no engano de sentir que só seremos felizes se alcançarmos o que o outro alcançou e colocarmos como meta de felicidade um excesso de coisas que estão fora de nós e que dependem de um acontecimento exterior.
E tudo isso faz com que aquele moço simples do campo seja feliz com sua família sem as comodidades da cidade; ou ainda aquele homem que, tendo do bom e do melhor, prefira viver como se nada tivesse, e viva bem feliz assim! Ambos encontraram a felicidade, tendo ou não bens, possuindo ou não riquezas, porque o que realmente traz felicidade não é o que possuímos − riqueza, fama, posição social, reconhecimento −, mas a conquista de si mesmo, a capacidade de “possuir-se”, pois, quando chegamos a esse ponto, com certeza encontramos a Deus, “o caminho” da felicidade (cf. Jo 14).
*Carreira Conferencista, cantor e compositor.
Fonte: Família Cristã 907 - Jul/2011
Postado por: Família Cristã
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