Afeto e emoção: ingredientes indispensáveis na evangelização
Data de publicação: 18/09/2006

Costuma-se priorizar os aspectos racionais e espirituais do ser humano em detrimento da sexualidade e da afetividade, ou seja, das pulsões e emoções e dos sentimentos. Mas a afetividade é uma dimensão humana básica presente e atuante em todos os domínios da vida humana, também, evidentemente, na atividade evangelizadora.
Depois de numerosos cursos ministrados para agentes de pastoral nos últimos anos em todo o Brasil, Alfonso Garcia Rubio conclui: "Tenho percebido o quanto a afetividade não suficientemente amadurecida pode ser um obstáculo para o serviço evangelizador. Muitos esforços generosos de evangelização e de trabalho pastoral acabam malogrados pela imaturidade do evangelizador."
Ele observa que há, também, graves insuficiências bíblico-teológicas, mas estas são mais fáceis de se enfrentar e superar. "Já o deficiente desenvolvimento da afetividade apresenta desafios mais complexos e de solução mais difícil. A realidade da imaturidade afetiva e sexual continua a desafiar os formadores das casas de religiosos e de religiosas, bem como dos seminários."
O sacerdote se sentiu, então, impelido a atualizar e complementar o livro Evangelização e maturidade afetiva - lançado por Paulinas em 1993 com o título Nova Evangelização e maturidade afetiva, e reeditado um ano depois. Os motivos continuam os mesmos: em geral, se costuma, nos trabalhos de evangelização, priorizar os aspectos racionais e espirituais do ser humano em detrimento de pulsões, emoções, sentimentos, enfim, da afetividade e da sexualidade.
Em nome da luz da razão, o mundo dos afetos vem sendo desprezado ou descuidado. O cultivo da vida racional e da vida espiritual parece exigir a negação ou o controle rígido das emoções e dos sentimentos, vistos como obstáculos para o desenvolvimento da racionalidade e da espiritualidade.
Essa visão do ser humano de valorizar o espírito, desprezando, para isso, a corporeidade, penetrou fundo na consciência do homem e da mulher ocidentais e, particularmente, na consciência cristã, e, hoje, é fácil constatar o empobrecimento que isso significou para a humanização do ser humano.
Para o autor, é necessário superar, por um lado, uma evangelização abstrata e árida, incapaz de tocar o coração dos fiéis, mas, por outro, é mister vencer a tentação de entregar-se ao emocional-afetivo, desvinculado de discernimento racional. Ele acha possível construir uma síntese viva entre o objetivo e o subjetivo, entre o institucional e o pessoal-afetivo, entre a mensagem evangélica e os afetos, aspirações, inquietações e dúvidas da pessoa.
Enfim, propõe a integração da pessoa em todas as dimensões, como caminho de resgate à vida cristã mais plena. A obra tem como centro a pessoa do evangelizador. Aborda os vários aspectos da afetividade e o que impede sua maturidade; a proposta bíblica de humanização; a articulação corpo-espírito; e analisa o celibato e os papéis da mulher e do homem numa Igreja tradicionalmente patriarcalista.
Título: Evangelização e maturidade afetiva
Autor: Alfonso García Rubio
Coleção: "Estudos e debates Latino-Americanos"
Páginas: 168
Preço: R$ 22,50
Editora: Paulinas
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Fonte:
Paulinas
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