A palavra levantando poeira
Data de publicação: 22/08/2006

Se o corpo é pó, a palavra é espírito, e o haicai pode ser pensado como a tentativa de aproximação dessas duas dimensões, criando-se uma terceira, na forma (fôrma) do poema.
"A palavra pode tudo. Mesmo em doses homeopáticas, em gotas ou grãos, feito "pó de palavra". No livro Pó de Palavra, lançamento de Paulinas Editora, elas viram um jogo poético e, nexas, desconexas, se transformam - ora em grãos, ora em gotas, ora em pó - e se rearranjam. Em poucas palavras, o jornalista escritor Jorge Fernando dos Santos construiu e descontruiu, ergueu e demoliu, fez e refez.
O resultado são hacais, poesia de origem japonesa. Também chamado de haiku, o haicai é a concepção máxima, do ponto de vista estético, e mínima, do ponto de vista de quantidade. Ou seja, nesse tipo de poema, o desafio do poeta é dizer o máximo de coisas com o mínimo de palavras.
Pó de palavra é dividido em quatro partes - cores, bichos, vida urbana e estações do ano - cada uma com 12 poemas, alguns explorando conhecidos ditos e frases populares. No capítulo Ciranda de cores, por exemplo, o autor brinca com elefantes cor-de-rosa, ovelhas brancas e um distraído ipê, que pinta de amarelo a grama do parque...
Sua poesia consegue suavizar até mesmo cenas urbanas, carregadas de cinza, de buzinas e apitos, de motores e britadeiras, em sua música concreta; passa pela dureza da vida da cidade, com seus maltrapilhos mirando manequins na vitrine, como se fosse um espelho às avessas; ou com seu menino viciado em cola de sapateiro e com os pés descalços. Mais que a forma propriamente dita, esse gênero de poesia prima pela impressão que procura causar no leitor. E como causa!
Se tanto é dito em poucas e profundas palavras, imagine as ilustrações! Com bico de pena nos traços, Luiz Maia arrematou a criação de Jorge Fernando com a mesma suavidade, sem perder o seu característico tom de brincadeira - tem até um sol nascendo - de chupeta. O artista usou poucas cores e, para chegar ao fundo suave, com manchas aqui e ali, substituiu a tinta pelo chá-mate diluído em água.
Não foi tão fácil assim. Detalhista, Luiz teve que se segurar para não errar a mão, não ilustrar muito mais o que já estava escrito em tão pouco texto. O desafio era encontrar a medida certa. "Algumas vezes o desenho começava a crescer muito. Cortei muita coisa", admite.
Mas Luiz Maia gostou tanto do trabalho que tratou de imprimir o "seu haicai" em uma história à parte, contada no começo de cada capítulo. No primeiro, um passarinho voa em direção ao galho de uma árvore e, de lá, observa; depois, se prepara para o salto; vai descendo em disparada; mergulha e volta ao galho com um peixinho no bico... Barriguinha cheia, feliz da vida, acha que se deu bem... Mas há de se respeitar o ciclo da vida...
Pó de Palavra vem acompanhado de CD, que traz os haicais falados ao som da música de Kristoff Silva.
Título: Pó de palavra
Autor: Jorge Fernando dos Santos
Ilustrador: Luiz Maia
Coleção: Cavalo marinho - série re-verso
Páginas: 32
Formato: 15,5 x 23,0
Preço: R$ 24,70
Código: 50921-3
Paulinas Editora
Sala de Imprensa
Malu Delmira, J. Fátima Gonçalves e Ir. Sofia
www.paulinas.org.br/sala_imprensa
divulgação@paulinas.com.br
"A palavra pode tudo. Mesmo em doses homeopáticas, em gotas ou grãos, feito "pó de palavra". No livro Pó de Palavra, lançamento de Paulinas Editora, elas viram um jogo poético e, nexas, desconexas, se transformam - ora em grãos, ora em gotas, ora em pó - e se rearranjam. Em poucas palavras, o jornalista escritor Jorge Fernando dos Santos construiu e descontruiu, ergueu e demoliu, fez e refez.
O resultado são hacais, poesia de origem japonesa. Também chamado de haiku, o haicai é a concepção máxima, do ponto de vista estético, e mínima, do ponto de vista de quantidade. Ou seja, nesse tipo de poema, o desafio do poeta é dizer o máximo de coisas com o mínimo de palavras.
Pó de palavra é dividido em quatro partes - cores, bichos, vida urbana e estações do ano - cada uma com 12 poemas, alguns explorando conhecidos ditos e frases populares. No capítulo Ciranda de cores, por exemplo, o autor brinca com elefantes cor-de-rosa, ovelhas brancas e um distraído ipê, que pinta de amarelo a grama do parque...
Sua poesia consegue suavizar até mesmo cenas urbanas, carregadas de cinza, de buzinas e apitos, de motores e britadeiras, em sua música concreta; passa pela dureza da vida da cidade, com seus maltrapilhos mirando manequins na vitrine, como se fosse um espelho às avessas; ou com seu menino viciado em cola de sapateiro e com os pés descalços. Mais que a forma propriamente dita, esse gênero de poesia prima pela impressão que procura causar no leitor. E como causa!
Se tanto é dito em poucas e profundas palavras, imagine as ilustrações! Com bico de pena nos traços, Luiz Maia arrematou a criação de Jorge Fernando com a mesma suavidade, sem perder o seu característico tom de brincadeira - tem até um sol nascendo - de chupeta. O artista usou poucas cores e, para chegar ao fundo suave, com manchas aqui e ali, substituiu a tinta pelo chá-mate diluído em água.
Não foi tão fácil assim. Detalhista, Luiz teve que se segurar para não errar a mão, não ilustrar muito mais o que já estava escrito em tão pouco texto. O desafio era encontrar a medida certa. "Algumas vezes o desenho começava a crescer muito. Cortei muita coisa", admite.
Mas Luiz Maia gostou tanto do trabalho que tratou de imprimir o "seu haicai" em uma história à parte, contada no começo de cada capítulo. No primeiro, um passarinho voa em direção ao galho de uma árvore e, de lá, observa; depois, se prepara para o salto; vai descendo em disparada; mergulha e volta ao galho com um peixinho no bico... Barriguinha cheia, feliz da vida, acha que se deu bem... Mas há de se respeitar o ciclo da vida...
Pó de Palavra vem acompanhado de CD, que traz os haicais falados ao som da música de Kristoff Silva.
Título: Pó de palavra
Autor: Jorge Fernando dos Santos
Ilustrador: Luiz Maia
Coleção: Cavalo marinho - série re-verso
Páginas: 32
Formato: 15,5 x 23,0
Preço: R$ 24,70
Código: 50921-3
Paulinas Editora
Sala de Imprensa
Malu Delmira, J. Fátima Gonçalves e Ir. Sofia
www.paulinas.org.br/sala_imprensa
divulgação@paulinas.com.br
Fonte:
Paulinas
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