Uma das mais queridas entre os contos bíblicos, a história de Jonas é uma narrativa exemplar sobre o tema da “vocação profética” que nos inspira há séculos. Distingue-se dos demais “Livros dos Profetas”, pois, em vez de apresentar um conjunto de ditos desse mensageiro, sugere uma narrativa sobre a sorte dele e como foi instruído por Deus. Fascina pela dramaticidade e beleza, porém, não revela facilmente seu sentido teológico, identificado nas diversas interpretações por que passou.

Escolhido para a reflexão do Mês da Bíblia de 2010, é também o tema do novo livro de Paulinas, Jonas, escrito pelo teólogo e professor Leonardo Agostini Fernandes. Em suas páginas evidencia-se o sentido da vocação e da missão profética, e sua leitura nos impulsiona a deixar os comodismos e aceitar a proposta salvífica de Deus, que não isenta a Igreja dos desafios pelos quais passa e que deve enfrentar ao levar e anunciar a mensagem do amor de Deus a todos. A mensagem deixa claro que nosso maior desafio é vencer a tentação do conforto, do indiferentismo e do fechamento de uma religião exclusivista e que, em muitos casos e lugares, ainda exclui e faz acepção de pessoas.

O percurso proposto pelo autor é bem simples. Na primeira parte, tem-se uma tradução a partir do hebraico - língua em que o livro de Jonas foi escrito -, seus paralelos e um breve comentário teológico aos pontos mais críticos do texto. Na segunda parte, apresenta algumas reflexões sobre o livro, visando a um aprofundamento do estudo. Na terceira, define e mostra a centralidade do tema da teshuvà (“conversão”) no Livro de Jonas. Enfim, na conclusão, Fernandes preparou uma breve síntese sobre os principais pontos estudados.